MULHER FRACA

MULHER FRACA

Quantas vezes eu já tentei

encontrar dentro de mim o que eu fui

uma esperança que fosse para seguir

tu não sabes somente eu sei...

Já suportei tanto sofrimento

carreguei dores que não eram somente minhas

e meu maior ressentimento

é ter suportado este peso, sozinha

Meu corpo foi vencido pelo cansaço

minhas forças se entregaram completamente

hoje assumo, sou um fracasso

uma mulher que se anula passivamente

Cansei de me pintar para a vida

mascarar a dor, esboçando um sorriso

mas a transparência das feridas

não escondem o que é preciso

Não mais tenho forças para brigar

desisto de encarar este mundo impiedoso

que tantas vezes me fez acreditar

que o renascer é sempre precioso

Não encontro nenhuma razão especial

para valer todo esforço em não me entregar

se existe no mundo alguma dor que seja igual

que a vida se encarregue de me mostrar

Pois a dor que carrego comigo há anos

adormece e acorda ao meu lado

como tentar construir planos

com um coração já sepultado

Já fui forte, mulher de raça

hoje fujo da luta, me escondo

não me envergonho, sou passado, sou fumaça

que nem a mais suave chama, já não respondo

Não, já não depende da minha vontade

este quase viver a morrer de desgosto

quem me conheceu, sabe da minha verdade

basta ver as marcas da dor, estampada em meu rosto

Sou sim, uma mulher fraca, vencida

desiludida com a sua triste sorte

não mais quero fingir, renego esta vida

e nos braços da morte, talvez eu seja mais forte...

Célia Jardim

Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 01/03/2009
Código do texto: T1463154
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