AUTO CRÍTICA
Eu canto às plagas
Queimadas, desbaratadas,
Que minha inspiração
Neurótica
Pintou como cenário
Do macabro talento meu.
Eu componho
O lamento dos que ficaram
Na desdita do meu inferno.
Eu versifiquei minha obra
E plantei nos museus
O quadro tétrico
Da desolação.
Entrei para a história
Com o homem forte
Que derrubou uma árvore,
Que destruiu um ninho,
Que desabrigou um pássaro,
Que extinguiu uma sombra,
Que cessou um fio d´água
E que fez de tudo, um nada.