O CINZA POR ESPAÇO

O CINZA POR ESPAÇO

Como pétalas caidas

meu sonho desabou,

perdido pelas esquinas,

nem a esperança restou.

Como um teto de palha sêca

um desejo que o vento levou,

como um muro erguido na areia

o meu mundo se despedaçou.

Choro a tua partida,

lamento a alma perdida,

pranteio nossos desejos

que se perderam em devaneios.

Preciso conciliar a noite

com minha imensa saudade,

o brilho da lua descombina,

com a dor que me amofina.

Nem branco, nem prêto,

só restou o cinza por espaço,

indeciso neste passo

comungo em intenso descompasso.

Amarilis Pazini Aires

09/02/09