O ADEUS COVARDE

Quando te achei nas rotas da paixão eu te falei sinceramente o que sentia;

E descrevi a dor que em mim doía, expus meu coração;

Eu derramei meu ser em emoção ao divulgar o sonho que nutria;

E como a mais sonora gritaria, nada deixei calado na escuridão!

Então propus fazer de ti a mais feliz das criaturas;

Ser teu escudo nas agruras, ser teu castelo em tempos de relento;

Jurei proporcionar-te alento, sarar tuas íntimas fraturas;

E plenamente eu cumpri todas as minhas juras, honrei meu juramento!

E do meu lado conheceste a feição do paraíso;

Fiz tudo quanto foi preciso para manter feliz o teu semblante;

Jamais viveste algo semelhante, jamais verteste tanto sorriso;

Porque te dei o que num termo conciso pode-se chamar de horizonte!

E não mudei todos os dias desse amor, que brutalmente acabou;

O canto que silenciou nem mesmo a compaixão me prevenia;

Se foi maldade ou ironia, será imperdoável seja como for;

Virar as costas é odioso terror e dar adeus por telefone é covardia!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 23/02/2009
Reeditado em 26/02/2009
Código do texto: T1453695
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