AQUELA CANÇÃO
A tarde cai...
Anoitece...
O rádio... eu ligo,
Nele toca uma canção.
Lembro de nós dois,
Relembro meu castigo.
Não afaga meu coração...
Com mesmo entusiasmo,
Já não ouço mais...
Aquela canção.
Não tem importância,
Transformou-se em distância.
Já não quero mais ouvir,
São sempre as mesmas frases.
É sempre a mesma melodia,
É sempre assim todo dia.
Aquela canção...
Jaz em meu coração,
Não trás mais emoção.
Impera esse dilema...
É uma pena,
Que tenha que ser assim...
Sonhei outra realidade,
Não somente para mim.
Outros vôos alcei...
Para nós dois,
Mas você...
Deixou para depois.
Em minha pretensão,
Solto a voz.
Na garganta um nó,
Vou a busca
De outra canção...
Para alegrar
Esse meu pobre coração...
Tão cansado...
E desamparado.
Em meu anseio,
Desejo apoio encontrar.
Mas com a esperança,
Teima em esbarrar...
Nesse entremeio.
Sem sintonia...
Tento descobrir
Outra melodia,
Que me faça reagir.
Mas é sempre assim:
Não há mais jeito...
Carrego essa dor,
Em meu peito,
Com desamor.
Já não ouço mais...
Aquela canção.
Não possuo distração...
Nada acaricia,
Minha alma.
Nada atrai...
Minha calma.
O rádio desligo...
Meus pensamentos ligo.
Vou vagando...
Pela imensidão.
Pela letra passeando,
A melodia cantarolando...
Mais um dia terminando.
Não te vejo!
Não te busco!
Não te acho!
Não te procuro!
Bato de frente...
Com o desencontro.
Mas de repente...
Outra vez me desaponto.
Aquela canção,
Nada de emoção.
Agora mudou...
Tudo acabou.
Bom, enquanto durou...
O passado foi o que restou.
O presente...
Tão ausente,
No futuro...
Somente sombras e escuridão.
Nada me atraiu...
Nada me distraiu...
Naquela canção,
Restou somente recordação...