Injúria
"Ah, eu não vou, não!"
A*
Confesso que o ódio tomou conta
De meu peito, quando negaste o prometido.
Mas, como perdoar tamanha afronta
De prima ora, com o peito dolorido?
Que mudanças ocorreram, dona?
Que fiz? ( Sol pra chuva num segundo!)
Novamente, novo plano desmorona.
De novo tiraste de meus pés o mundo.
Que há? Acaso existe algum segredo?
Que queres exigir mais de mim?
O que fazes, penso eu, é por medo.
E eu não sou mau, mesmo que penses assim.
Se queres nova chance, nem peças, ela é tua.
- A última gota não foi derramada -
Só não me deixes sair, que chegando à rua
Tu não serás nunca mais amada.
"Mas que outra chance?" - tu deves perguntar -
"Deixa de tolice, esquece da ilusão,
Perdes tempo ao tentares me amar.
Poeta, já disse: ah! Eu não vou, não!"