Chão gretado

Quando invades o meu espaço

violentas o meu mundo.

Despertas em mim o cansaço,

Fazes-me ficar furibundo.

Semeias joio à toa,

sinto a seiva amordaçada,

perfuras o chão da canoa

que me há-de levar de abalada.

P’ra tudo há uma hora certa,

provérbio sacramental,

se mantenho a porta aberta

perco a aurora boreal

São mundos diferentes de todo,

de um puzle que não se completa.

Preciso do meu próprio nodo

já chega tanta pirueta.

O chão está já tão gretado

que jamais fará sentido,

com o coração apertado,

desta vez estou decidido.

Gaspar Silva
Enviado por Gaspar Silva em 04/02/2009
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