O VENTO LEVOU.
Perdida nessa longínqua distância
Onde o tempo de tudo esqueceu
Já não sei se me alegro ou entristeço
Sei que tudo o que passo, mereço!
Surge um aperto no peito,
Um nó na garganta,
Um coração angustiado,
Onde a saudade jaz
E a solidão é fiel companheira.
Sumiu da face o sorriso
E dos olhos o brilho.
Só vejo a bruma que entorpece
E minh’alma sem força, desfalece.
Estado letárgico que aprisiona
E joga ao vento, palavras murmuradas
Sem razão, sem nexo...
Para que falar? Quem ouvirá?
Alguém guardou as lembranças
De outrora? Ou o vento levou e as perdeu no ar?
Ou será que ainda restam como relíquias
No interior d’algum ser, doce querer
De estender a mão, ouvir com o coração
Os suplicantes apelos, dessa insana criatura
Que do amor só tem o sonhar.