O VENTO LEVOU.

Perdida nessa longínqua distância

Onde o tempo de tudo esqueceu

Já não sei se me alegro ou entristeço

Sei que tudo o que passo, mereço!

Surge um aperto no peito,

Um nó na garganta,

Um coração angustiado,

Onde a saudade jaz

E a solidão é fiel companheira.

Sumiu da face o sorriso

E dos olhos o brilho.

Só vejo a bruma que entorpece

E minh’alma sem força, desfalece.

Estado letárgico que aprisiona

E joga ao vento, palavras murmuradas

Sem razão, sem nexo...

Para que falar? Quem ouvirá?

Alguém guardou as lembranças

De outrora? Ou o vento levou e as perdeu no ar?

Ou será que ainda restam como relíquias

No interior d’algum ser, doce querer

De estender a mão, ouvir com o coração

Os suplicantes apelos, dessa insana criatura

Que do amor só tem o sonhar.

Cellyme
Enviado por Cellyme em 31/01/2009
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