LUAR DE OUTONO

NO LUAR DE OUTONO,

VI FOLHAS CAÍDAS E SENTI A BRISA FRIA,

QUE ME FAZIA CHAMAR POR TI,

MINHAS LEMBRANÇAS TORNARAM-SE ENFERMAS, EM UM OCEANO DE MÁGOAS,

NUMA SAUDADE FRIA QUE GRITAVA...

NO LUAR DE OUTONO,

PERGUNTEI A LÁGRIMA DA LUA EM NOITE FRESCA E NUA:

QUEM SEU CORPO ABRAÇA?

QUEM SONHA SEUS SONHOS?

QUEM POR ELE ESPERA?

MEUS DIAS SE FORAM E NO PEDESTAL DA MINHA IMAGINAÇÃO,

TU BRILHAS TANTO QUANTO O SOL DE VERÃO.

MINHAS CORES SE EMBAÇARAM, PERDENDO O TOM.

MINHAS EMOÇÕES PARTIRAM E NÃO SABES QUE TAL QUAL O VENTO FORTE, VINDO DO NORTE, INVADISTE MEU ROSTO,

E TE APOSSASTE DO MEU CORPO, LEVANDO MEU GOSTO, SEM SEQUER PEDIR PERMISSÃO.

NO LUAR DE OUTONO,

SORRISTE COMO SE FOSSES O INVERNO, LEVANDO-ME A PAZ E ME DEIXANDO AGONIA DEMAIS.

RECLAMO AGORA A LUA QUE VELO, NA ESCURIDÃO DE UM GRITO QUE SELA... UMA NOITE DE OUTONO SEM RISOS,

SEM CORES, SEM FLORES, SEM SONHOS.

Cristina Gonçalves
Enviado por Cristina Gonçalves em 30/01/2009
Reeditado em 22/10/2012
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