MEA CULPA

De ti sou a única causa

Dos vícios e das caídas

Das crises na menopausa

Das coisas não resolvidas.

Sou parte do teu desatino

A mácula das iras e fugas

Um quase homem menino

A culpas das tuas rugas.

O começo da tua irritação

De uma causa descabida

O reinício duma discussão

Há muito já resolvida.

A flacidez dos teus seios

Da tua face ressequida

O motivo de todos enleios

Insistentes na tua vida.

As varicoceles e celulites

Que te levam às massagens

As enxaquecas e flebites

E o desbote da tua imagem.

O estreitamento do vestido

Que não passa na cintura

A culpa do bumbum caído

De tudo o que não tem cura.

Sou a reserva periférica

Da cintura reta e do pneu

Sou a tua centelha colérica

Teu mau humor sou só eu.

Sou vilão, mais que marido

Extrator da tua exuberância

Sou o teu tempo perdido

Impostor e sem importância.

És mulher, e só isso explica

Ademais, te sobra beleza

Tudo o que em ti se complica

É culpa minha e da natureza.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 28/01/2009
Reeditado em 29/01/2009
Código do texto: T1409571