AS PALAVRAS E A MENTIRA

As palavras levam meus ais

Que brotam em minha face

Molhando minha estrada,

Com o vento, a chuva, o frio....

São sinais de tristes temporais

Que o tempo impiedosamente

Vem soprando, preparando o disfarce

Na vã tentativa de ocultar uma dura realidade.

As palavras se aproximam, lentamente

Trazidas por um ser amedrontado

Arredio, confuso, vencido, cansado

Que sentindo-se derrotado,

Vem mentindo, serenamente. Fingindo

Perdido no emaranhado

De seu destino apressado. Amputado.

Porque não alcança alguma pura verdade

Diante do brilho da falsidade.

As palavras são abrigo

Um auxílio, e também o castigo

Morrem agora em meu peito vazio

No túmulo da solidão de meu sorriso.

Mas sinceramente

Acreditar na frágil roda de sua vida

E girar com você, é sofrer com ela.

Ai! Parece que é preciso

Para não silenciar a voz que agora implora

E na dor da dúvida, chora.

Aperto as mãos sobre o peito

Para que o meu amor por você, não fuja,

Para que o meu sentido, de você, não se perca

Em algum ponto escuro, obscuro.

Me esforço para conter a ira

E não arrancá-lo feito um câncro nocivo

De dentro do meu coração

Que ainda acredita estar vivo.

Mas somente as palavras molhadas

Percebem a razão e silenciam.

Lulith
Enviado por Lulith em 27/01/2009
Código do texto: T1408191
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