A CAMA

Aquela que acama

E nos une...

Hoje parece-me afastar.

Coloca entre nós transtornos,

Desculpas e birras,

Problemas de revirar...

A cama que outrora singia,

Singia-nos,deixando sem ar,

Hoje parece-me insana

Deixando-te do lado de lá.

Ó cama! Por que a entorpeces

Em posição tão singular,

Se antes a tinha comigo

Sentindo seu respirar?

E como dormíamos tranquilos,

Satisfeitos por nos acamar,

Unindo semblantes e desejos

No êxtase mais salutar...

E hoje, ó cama, deserda-me

Em noite fria a escrevinhar,

O que te fiz ou a ela, responda?

Por que me queres castigar?

E tu, ingrata...

Por que não me acamas mais,

Se a ti rendi-me insano

Fazendo de ti meu estar,

Tornando-te confidente

E cúmplice, a esperar,

De tantos embates loucos

O clímax a te gratificar.

Ó cama insana!

Acamai em ti

Essa sanha

Que assanha

A ânsia...

E a mim angustia.

Singe-nos...

De modo plural,

instigando...

Em teu gostosa calor,

A chama de outrora,

De loucas e ardentes horas

Nesse dionísico

Ménage a trois...

TEU MENESTREL
Enviado por TEU MENESTREL em 24/01/2009
Código do texto: T1401731
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