RESIGNAÇÃO
 
 
                    Tânia Ailene
 
 
 
Eu queria um segundo...
 
bem no fundo do meu eu
 
sem os porquês?
 
Recebendo tudo que me impõe,
 
sem a revolta que toma conta
 
ou essa lágrima que insiste em verter
 
pelos cantos do desconsolo...
 
Essa mancha de desilusão,
 
mágoa, saudade
 
ou bem sei lá o que dizer,
 
se me calo diante de fatos
 
e acontecimentos...
 
Consolo,
 
colo,
 
carinhos,
 
nada serve
 
a dor da inconstante falta de aceitação
 
da vida multiplicada pelos erros e acertos
 
renúncia de direitos...
 
Pela lente do esquecimento
 
tento ver estrelas no céu nublado
 
na incessante falta do tentar
 
fazer explicar que dentro grita
 
o não suportar a tentativa...
 
Espantalhos de delírios
 
necessidades constantes de uma vida
 
passada a limpo
 
sem verdades do inconsciente...
 
Ofende,
 
dói,
 
no espelho não me vejo.
 
Uma mancha de sangue
 
querendo a saudade
 
de um sofrimento
 
com resignação...
 
Eu existo?
 
Para que?
 
Porquê?
 
Onde?
 
Qual a saída, para perguntas?
 
Enlouquecida estou...
 
Cada vez mais distantes
 
as respostas
 
falta de tempo
 
o poder chorar,
 
lembranças vividas
 
mal resolvidas,
 
a fé acabando,
 
nada adianta ouvir:
 
Você está bem?
 
Quer se abrir?
 
Até quando não sei?
 
Aí morrerei sem respostas
 
com certezas dentro de mim.
 
Só queria poder...

 
Tânia Ailene Nua Poesia
Enviado por Tânia Ailene Nua Poesia em 15/04/2006
Reeditado em 20/03/2012
Código do texto: T139650
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