Delacroix, A Morte de Sardanapalo - 1827-28 Óleo sobre Tela392 x 496 cm




Águas Passadas...

Foi nascente que não vingou na montanha
Fluida! Desilusão carpida, ao sol enterneceu.
A dor da cachoeira, na desfaçatez da alanha
Como ciscos na lama , que no lodo pereceu.
Arestas tristes morfose, os alaúdes da sanha...

Traduzidos montes intempestivos do olhar,
Verteram agonias trilhadas. Nas chibancias
Propalando apegos, de bóias imersas no lidar.
Aprisionados gravetos a chorar ascendências,
Águas impiedosas enxurrando as lembranças...

Abrindo clareiras, umedecendo mote versejar
Rajados zéfiros, ofuscando a luz da esperança,
Das mortas sementes lavradas em seu semear.
O solo ressequido adubando sentir a ignorância,
Dum poeta em desalento, almejando o chegar.

Idéias que não plasmam, dejetos ao léu levados
No córrego a fustigar. Ao declamar contritos
Martírios sufocados no vozear, imitando ídolos
Combalidos nos idos! Relembra ira  aos  brados,
O amargor lobrigando no vergel dos derreados...

“ A Poetisa dos Ventos”
Deth Haak
25/10/ 2005


Feliz Páscoa, amados e amadas!

Deth Haak
Enviado por Deth Haak em 14/04/2006
Reeditado em 14/04/2006
Código do texto: T139084