DE REPENTE DÓI
Por que, de repente, esta dor interior e cruel,
Assim parecida a um desejo incontido
Por alguém que se quis, que há muito se quis,
Ou igual a uma saudade amarga de fel
Que ficou por um alguém perdido,
Por um tempo em que se foi feliz...
Apenas um som na tarde, uma voz lamentosa,
sons de clarinete melancólico
Cantando coisas de um partido e doído coração,
Faz lamentar a alma enfim adormecida.
Por que, de repente, a impulsiva e dolorosa
Vontade de ter perto e dentro a sensação
Há muito e eternamente viva e sentida?!
Carência, estúpida carência...
Estado cruel!
Pensamentos cheios de reticências
Sem conclusão alguma, sem respostas.
Vazio absurdo sem referências,
Sem pontos de apoio
Sem um vislumbre, pelo menos,
De um pouco de amenidades...
De repente dói...