DE REPENTE DÓI

Por que, de repente, esta dor interior e cruel,

Assim parecida a um desejo incontido

Por alguém que se quis, que há muito se quis,

Ou igual a uma saudade amarga de fel

Que ficou por um alguém perdido,

Por um tempo em que se foi feliz...

Apenas um som na tarde, uma voz lamentosa,

sons de clarinete melancólico

Cantando coisas de um partido e doído coração,

Faz lamentar a alma enfim adormecida.

Por que, de repente, a impulsiva e dolorosa

Vontade de ter perto e dentro a sensação

Há muito e eternamente viva e sentida?!

Carência, estúpida carência...

Estado cruel!

Pensamentos cheios de reticências

Sem conclusão alguma, sem respostas.

Vazio absurdo sem referências,

Sem pontos de apoio

Sem um vislumbre, pelo menos,

De um pouco de amenidades...

De repente dói...

Rachel dos Santos Dias
Enviado por Rachel dos Santos Dias em 14/01/2009
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