CEGOS DE BONS OLHOS
E se segue por aí, à se tatear labirintos
Na neblina e na escuridão vinda
Da noite sem lua no céu nevoento
Que diz e que indica, logo choverá,
E a noite, imensa, se demorará,
Sem pressa em seu lugar ter que dar
A outro dia que prenuncia chegar,
Abrindo caminho no espaço do tempo.
E se segue tateando labirintos
Na limpidêz do céu, no seu dia,
Claro, sem nuvens, sem nevoeiro,
Que diz e que indica, não se choverá,
E o dia, imenso, não se demorará,
E, com pressa, seu lugar dará
À outra noite que anuncia chegar,
Abrindo caminho no espaço do tempo.
E, isso tudo, acontece, sutilmente,
Com um ''cego, que não vê'',
Não por se ser cego, mas,
Por não se querer ver,
Pois possui nos olhos
A cegueira que não cega,
Uma cortina que impede
De que não se queira ver.
''E OS CEGOS DE BONS OLHOS
SE INFILTRAM AOS QUE VÊEM
E SÃO REALMENTE CEGOS''.
''SÃO, ELES, OS DESILUDIDOS DA VIDA, EM NOSSO PONTO DE VISTA''.