NAVALHA

"Saia, não vaia,

Não caia na navalha

Que corta a tua carne

E sangra tudo o que você precisa descobrir..."

(A Sombra da Maldade - Cidade Negra)

NAVALHA

[Cremare

Hoje eu acordei suado

Sentindo um calafrio na nuca

Descendo por toda minha coluna.

Levantei com o peito ardendo

Um lança-chamas mirado pra dentro

Sem dizer por que vinha

Dor essa escaldante e gélida

Que de mim se nutria

Da coragem cética

Carcomendo-a pouco a pouco

No homem dantes forte e rijo

Agora nos olhos com fogo

Louco, não finjo,

Caso perca esse jogo

Você de mim teve o meu melhor

Mas ontem roubou minha auto-estima

Fuzilou-me com sua tétrica artilharia

Uma arma maior

Que não conhecia

Então restou o domingo negro, o sábado vermelho!

[eu, que sempre fui mais eu, sem porquê!]

Sangrei, como com navalha, no espelho

Ao ver o reflexo de você!

Elmer Giuliano

Elmer Giuliano
Enviado por Elmer Giuliano em 05/01/2009
Reeditado em 04/05/2009
Código do texto: T1368338
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