O LAMENTO DO TEMPO
Uiva o vento aos quatro cantos,
Ouvindo o coração lamentar.
Com prudência escuta o pranto,
Canto doloroso dele a pulsar.
Caminhos sinuosos
Enfeitado de flores,
Meio sol a despontar.
Apodera-se de mim e de ti,
Nosso amor quer usurpar.
As horas passam lentas,
As estações apressadas.
Arrastam o rastro deixado
De uma antiga alvorada.
Sem vestígio o íntimo sofre,
Solitário é nosso ser.
É o uivo pobre e forte
Que acaba de nascer.