Decepção (Poeta? Quem?)
Pular de cabeça no rio claro
Sem saber que o fundo é de facas afiadas.
E o coração já nem mais dói, pois é calo,
E eu me calo.
O desespero já nem toma mais conta,
Ou me toma e não me conta.
Só vou ter que aprender a não sonhar com seus olhos,
Já que não mais me miram, só me atiram.
Indubitável, porém é que sou devoto.
Devoto indireto da dor
E por quanto mais o calo cala,
Mais aperto à calejar.
Pois na verdade,
O coração do poeta
Ou do pateta
Só bate quando batem.