HÁ UM MOMENTO

Há um momento em que temos que ir dormir

Em que o clima não está bom, as conversas esporádicas.

O café já acabou

A noite está adentrando

O Amor se desfazendo.

Há um momento em que devemos decidir

Em que a Vida se tornou uma rotina

Entre o trabalho e a cama

A manhã chegando cada vez mais cedo

O Amor virando sexo, se desfazendo.

Há um momento em que devemos desistir

Em que os filhos não vêem a hora da separação

Sem conversa, sem olhares, sem discussão, sem solução.

Os dias se arrastando, o fim do ano cada vez mais esperado.

O Amor se esvaindo

Há um momento em que saímos pela porta

Que nos viu entrar, feliz e todos abraçados.

Com largos sorrisos, com brilho no olhar, com um sonho realizado.

As materialidades nem sempre alcançam nossos corações

Apenas nossas vaidades, nossa aparência, nossos devaneios.

O Amor fica em segundo plano.

Há um momento em que entramos pela porta do coração

Aqui longe, nos remediamos dos males, pesamos nossos erros.

Lambemos as feridas, procuramos remédios nem sempre eficazes.

Acreditamos num retorno, num acerto do Destino, numa volta por cima.

Ledo engano.

Seria a continuação de nossos erros

Quando escolhemos um Destino, não acreditamos que o Caminho será desfeito.

E fazemos vista grossa aos defeitos de um e de outro.

E acumulamos defeitos e acrescentamos à indiferença.

Ela nos tornará refém da ociosidade, da ignorância, do desleixo e da falta de Amor.

Sabemos onde erramos, estranhamente por isso erraríamos novamente.

O Amor pode ser eterno.

O Amor pode terminar, como numa caminhada em que olhamos somente para frente e não para quem nos acompanha. Nunca podemos chegar antes, sempre juntos.

Robertson
Enviado por Robertson em 21/12/2008
Código do texto: T1347070