COMO O CRAVO E A ROSA

Restrinjo-me a representar,

Esta comédia premeditada,

Junto com a rosa despetalada,

Que o cravo não soube amar.

Finjo estar, neste momento,

Despreocupado como a flor,

Sem dar importância à dor,

Que fere o meu sentimento.

Solidário, estou à bela rosa,

Que lamenta por seu amor,

Enquanto lanço um clamor,

Para ela que é tão preciosa.

Contudo pergunto-me: E eu?

Quem chorará pelo meu amor,

Sem perceber a imensa dor,

A qual inflige ao coração meu.

Marco Orsi