O U R O D E T O L O
Arrependida,
choras e lamenta o seu dissabor
e vives implorando, que sintas
em minha alma, o mesmo amargor!
Não querida, Eu não chorarei por ti,
talvez, derrame lágrimas sentidas
mas elas serão sofridas, por mim
e pela tolice que cometi.
Tivestes em mim, á devoção,
um imenso e puro amor,
tivestes os bens materiais
aos quais nunca soube dar valor!
E hoje queres que chore, que lamente,
os meus erros sentimentais.
Não, isto não acontecerá,
pois tenho consciência que fiz o melhor,
sempre usei da sinceridade e com pureza,
nunca faltei, com a menor das verdades.
Eu tentei, tentei lhe tirar do jugo,
do marasmo em que vivias,
onde eras dominada, e se deixava
por outro alguém, pacificamente
a cada instante ser lubridiada.
Querida, esquecestes da miséria,
da falta de centavos, para comprar um pão,
e quando os tivestes em dobro,
com a falsidade, jogastes ao chão. A mentira corrói aos poucos,
vai lentamente destruindo,
e em pranto estraçalha um coração.
Você, um dia foi para mim,
como se achasse uma mina de ouro
mas com o passar do tempo, demonstrastes,
com o seu fingimento e falsas caricias
que foi apenas uma mina feita de ilusão
que só continha um grande vazio
em seu interior, mentiras e desolação.
Eu achei que tinha comigo, um tesouro,
e no brilho ofuscante que me cegou
vi que era apenas, aquele ilusório, e,
maldito ouro de tolo!...
Elio Moreira