A punhalada

Recolherei minha voz que mal escancara um dizer

Se todas palavras fossem iguais a você

O que seria apenas uma morte mais digna.

Pena que não se morre mais de uma vez

Poderia quem saber morrer aos teus braços

E ai dizer meu último poema

Que seria o último daquele instante

A ultima vez que te vi

Seria não mais o instante

Quam sabe aquele deve ser a tua punhalada poética.

Se me matou porque mesmo assim escrevo?

Quem disse que morro apenas uma vez?

Sigo no meu caminho.

Tenho ainda que encontrar meu amigo Nobel.

A faca nem sempre corta

E mesmo assim as metades

Nem sempre é a parte inteira.

Nas mais finas nuvens desabam as mais grossas gotas

E no mais se isso nem poesia soa

Apenas a gota de um suar sonoro deixo aos teus ouvidos.

Isso sim seria...