OLHAR PERDIDO
Uma música toma conta de minhas lembranças.
Viajo na mente cósmica
na velocidade do som.
Muitas coisas se enquadram no meu viver,
passeio vagamente pela casa vazia
como poeira procurando um lugar para sentar.
Procuro-me nas fotografias
de parentes na estante e não encontro,
o vazio aumenta mais quando abro a cortina
e vejo o meu deserto continuar.
É de arrepiar,
eu na praia sozinho
a retirar as máscaras
de quem fingiu ser amigo,
agora todos estão despidos,
ninguém os espera nesta casa,
atirareis ao mar
para que o sal purifique suas almas
e liberte meus pensamentos
para novas amizades,
para novos amores.
Que só fique o silêncio do esquecimento
de tudo que foi jogado ao mar.
Ainda há tempo para amar...
A ternura da vida
mistura-se com meus dias,
sem precisar mudar a face do destino.