ABANDONO POR AMOR (Poema para Basilissa n. 21)
(Sócrates Di Lima)
Quantas vezes eu quis me encontrar,
Quando no teu colo quase me deitei.,
Quantas vezes eu quis te confortar,
Nos abraços que pouco te dei.
Vagueei nos meus pensamentos impuros,
Na esperança de no teu corpo deleitar.,
Mas somente lampejos obscuros,
Porque o teu copo eu não quis encontrar.
Abandonei-me ás minhas verdades,
Na ânsia de encontrar tuas certezas.,
Perdi-me nas minhas ingenuidades
E não me vi nas tuas profundezas.
Covarde, abandonei-me ao acaso,
Sem que me desse por compreendido.,
Não foi minha amante, nem mesmo um caso,
Sendo eu simplesmente um pretendido.
E nesses abandonos estamos perdidos,
Nunca te encontrei e tu jamais a mim.,
Fomos simplesmente dois foragidos,
De corações aprisionados em angustias sem fim.
Eu e tu Basilissa, somos abandonos de nós mesmos,
Não suportamos os entraves de nós dois.,
Deixamos nossos momentos virem a termos,
Como se abandonados, ao final e ao depois.