DELIRIO INCONSCIENTE

Entrego minh’alma,
como quem entrega,
ao sonho,
a própria vida.
Contudo, busco ainda
a inocência perdida,
a qual fugiu em disparada,
por caminhos desconhecidos
na fria madrugada.
Sei que ela
ainda abriga remanescentes
e recônditos medos,
que se entrelaçam dementes,
em inconfessáveis segredos,
os quais procuro preservar.
Assim, algo escondido ficou,
que ainda não soçobrou.
Escondo-me da verdade
de minha nova realidade.
Tento manter com nobreza,
meu espírito benevolente,
lá no fundo das profundezas
do meu delírio inconsciente.

Marco Orsi 09.12.2008