O D O C E - A M A R G O



Um dia,

Com extrema felicidade

Provei com avidez

O doce de seu amor.

De seus lábios suguei

O sumo açucarado do mel,

E tive em mim o calor

Penetrante de seu olhar.

De seu corpo, na cópula carnal

Extrai a substancia aromática

Derivado de sua singeleza.

Retirei apaixonadamente a essência, enquanto vibravas

Entregando-me a beleza da flor

E absorvi a energia vitalizante

Que me proporcionava o seu interior.

Mas pela porta,

Ao qual nunca devia ter saído

Sorvi do fel, o seu amargor

E um vento forte arrebatou aos ares

As pétalas de minha flor.

Em um lamento triste, chamei seu nome,

Respondeu-me o amargo da dor!

Restou o perfume, impregnado,

E vivo experiências que não imaginava

Quando passastes por aquele portal

Nas asas do vento que lhe despetalou.

A fragrância suave persiste

Na saudade que em mim ficou

E não assimilo, como pôde o doce,

Transformar-se, do aroma original

No que hoje me fere o olfato

Causando-me tanto mal...

Elio Moreira

Elio Moreira
Enviado por Elio Moreira em 03/12/2008
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