Ah, se eu soubesse...
Ah, se eu soubesse...
Que o amor é essa Rosa,
Delicada, perfumada e cheirosa,
Sem espinhos, sem dor,
Tê-la-ía plantado há mais tempo em meu coração.
Ah, se eu soubesse...
Que esses momentos seriam tão belos,
E, que a vida reserva mistérios;
Teria mudado há mais tempo,
O destino ingrato, e diminuído o sofrimento.
Ah, se eu soubesse...
Que o castanho seria a cor mais doce,
Que o “baixo” seria o mais exemplar dos instrumentos;
Que a poesia seria perfeita e amorosa,
Teria ampliado os conhecimentos em verso e prosa.
Ah, se eu soubesse...
Que as pernas seriam tão aconchegantes...
Que os braços levam sempre ao envolvente abraço...
Que a respiração pudesse ofegar e acelerar...
Teria entregado minha vida; e, talvez, recebido a tua...
Ah, se eu soubesse...
Que a eternidade duraria nada...
Que a verdade, não passou de uma mentira...
Que o amor é coisa parda...
... Não plantaria e nem cultivaria a Rosa.
Rio, 14/05/92.