Prisão de sombra
Não quero matar
tirar a vida
não quero ver
diários suicidas
cartas trágicas
bilhetes egoístas
não,
não vestirei a roupa manchada
o corpo manchado, o gosto manchado,
cores em marcha
átomos desvairados
protuberâncias malévolas
íons, nêutrons, autismo,
incerteza de fagócitos
não quero tirar a vida
maltratar o corpo em trapos,
belo o auto-retrato
que corrobora a certeza inexorável
amo-te com meu amor psicótico, desfeito
mas com todas as cores vivas, pulsando
em marcha...