Dane-se

Quem há de me sondar...

Além do meu próprio espelho?

Um olhar mutável.

Preso na complexidade da indecisão;

Entre o Eu ser e o Eu querer.

Para mim, tudo não passa de pó...

Dane-se.

Eu cheguei a acreditar em tantas coisas;

Coisas que pareciam legais...

Que pareciam, de fato, reais.

Agora eu já nem sei o que é imaginário.

O pior é que eu gostei...

Mas, apenas pa... re... ci... am...

Dane-se.

Ouvi dizer que meu coração quer opinar.

A única função dele, é bater;

Bombear o sangue por entre minhas veias.

Seu trabalho em meu corpo é vital.

Não compete a ele qualquer manifestação sentimental.

Uma vez que violada esta lei...

É sinal de que minha carne ficou forte.

Até aí... dane-se.

Poderia ser tudo diferente;

E foi...

Diferente do que eu esperava, do que eu queria,

Do que eu sonhava.

Mas o medo sempre vem.

Eu sobrevivo, revivo;

Eu tento viver...

Mas hoje não é o meu dia de escrever.

Dane-se.

Maximiniano J. M. da Silva - terça, 04 de Novembro de 2008

Max Moraes
Enviado por Max Moraes em 20/11/2008
Código do texto: T1294535
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