Dane-se
Quem há de me sondar...
Além do meu próprio espelho?
Um olhar mutável.
Preso na complexidade da indecisão;
Entre o Eu ser e o Eu querer.
Para mim, tudo não passa de pó...
Dane-se.
Eu cheguei a acreditar em tantas coisas;
Coisas que pareciam legais...
Que pareciam, de fato, reais.
Agora eu já nem sei o que é imaginário.
O pior é que eu gostei...
Mas, apenas pa... re... ci... am...
Dane-se.
Ouvi dizer que meu coração quer opinar.
A única função dele, é bater;
Bombear o sangue por entre minhas veias.
Seu trabalho em meu corpo é vital.
Não compete a ele qualquer manifestação sentimental.
Uma vez que violada esta lei...
É sinal de que minha carne ficou forte.
Até aí... dane-se.
Poderia ser tudo diferente;
E foi...
Diferente do que eu esperava, do que eu queria,
Do que eu sonhava.
Mas o medo sempre vem.
Eu sobrevivo, revivo;
Eu tento viver...
Mas hoje não é o meu dia de escrever.
Dane-se.
Maximiniano J. M. da Silva - terça, 04 de Novembro de 2008