TRAGO NO PEITO
Trago no peito as dores
De um amor que foi desfeito
Trago também lembranças de flores
Que um dia enfeitaram meu leito.
Leito onde nos dois nos amávamos
E o amor era o único a reinar
Ali também nos despojávamos
De toda saudade que vivia a atormentar.
Saudade que a distância nos opunha
A trazê-la sempre guardada no peito
Do nosso amor era a única testemunha
Sempre tentando expulsa-la do nosso leito.
Mas hoje nem à distância mais nos incomoda
Pois cada um segue o seu destino
Desfazer-se do amor já virou moda
Procurando viver um amor clandestino.