Do Amor e Do Tempo
até me esquecer de mim
assim viverei
reinando sem coroa
em efemeridades
porquê sem sentido
o ser, o nada e o tempo.
até perecer
ou deixar de ser
continuarei amando
sem saber
de onde vem tal pulsão
não! não quero
conhecer
de onde partem
segredos que não são meus
nem da poesia
nem da natureza
tampouco das aventuras humanas.
até morrer
serei alvo
apaixonado
à deriva
sem saber
ou conhecer
viver o desperdício
de cada hora amada.
(O sentido que vem de ti
venta calmaria
em noite de tempestade.)
até morrer
serei náufraga.