VÁCUO...

O mundo esvoaçando, caindo no vazio

De mais um dia sem nenhum sentido...

Objetivos escusos em projetos inconclusos

Onde o homem se tornou escravo confuso

Vendo tudo morrendo e se prostituindo

Nesta insanidade que virou uma fantasia

Adornando corpos e mentes como feitiçaria

Que empobrece e sutil enfraquece o ânimo

Mais uma verdade que deixou de existir

Mais uma desigualdade, mais um inferno

Faz desse solo gentil um poço de veneno

A infestar os costumes com suas vaidades

A encobrir o erro do existir moderno

Com a sua suposta e sagrada santidade!

Que se vê pela hipocrisia e a falsidade

Reinando no meio social em perversidade

O que aconteceu com os velhos valores

Que naquela bela manhã me viu nascer

Trazendo a esperança criança ao amanhecer

Através dos vaga-lumes iluminando os jardins

Que nesse caminho me viu crescer e ser

E me ensinou a seguir sempre sem medo!

Destemido e aguerrido na lida do combate

Enfrentando com coragem as tempestades

Em que cantos se escondem aquela prosa

Escrita e falada por poetas de imensidão

Que com seus versos encantam a nação

Tamanha é a beleza que vibra viva de emoção

Batalhada e gritada por almas de palavra

Nas lágrimas amargas da eterna paixão!

Servindo de exemplo como ensinamentos

No padrão e modelo de comportamento

Em que ventos sopram hoje esses versos

Que um dia souberam clamar tua liberdade

A verdade de ser e o direito de expressão

Fluindo pelo talento raro com perfeição

Reconhecido por todas as raças e praças

Que liberou tantos povos da eterna prisão

Que esparramam injustiça e crueldade

Domínio odioso do forte sobre o fraco

Sem piedade com açoites e chicotadas

"Modus operandi" filosófico da opressão

Com hábitos tiranos, profanos e obscenos

A conduzir o povo do precipício à cova

Donde foi esse nosso sentido pelo valor

Que hoje somente se esconde e hiberna

Não mais realça na fé confessada da graça

Da pureza que nos dá a agradável certeza

Hoje esquecida... Perdida... No absinto da dor

Afogada e aniquilada no copo do desamor!

Há que se preencher esse buraco enorme...

Esse vácuo... Esse hiato... Esse triste vazio

Para que se ouça novamente o canto dos rouxinóis

Dueto: Salomé & Hilde

Nota: Inspirado no poema “Vazio’ da Salomé

http://www.diariodepoesias.com/visualizar.php?idt=1280420

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 14/11/2008
Código do texto: T1282739