Isso não é auto-ajuda

Sei que, às vezes, o mundo parece pesado.

Que as guerras nos causam revolta e temor,

Que a água acabará um dia e não sabemos quando.

Não sabemos se nossos filhos verão o mundo como conhecemos.

Sei que as notícias não são as melhores.

Na realidade as notícias são sempre as piores possíveis!

Mas sugiro, meu amigo, que se acostume.

Guerras não vão acabar e são da natureza humana.

Uma eterna competição de nações

Para ver quem tem o maior pau nessa história.

Aproveite bem o sol, pois ele é lindo

E, se você acha que está quente agora,

Espere para ver daqui a alguns anos.

Além de lindo e quente nos dará câncer de pele.

Se ainda pode sair nas ruas da sua cidade à noite

Para andar com alguém que você ama, jogar conversa fora,

É bom que deixe esse costume de lado.

Eu e você sabemos muito bem...

Nem na tua cidadezinha de interior você está seguro.

Não quero entristecer o senhor, não. E nem a senhora.

Mas a verdade dói e estou sendo sincero.

Não vim pra falar da beleza da noite, ou da lua, ou das estrelas.

Estrelas são irrelevantes, você provavelmente nem as vê mais.

A única que interessa é a que vai, com a nossa ajuda, nos exterminar.

Se isto serve de consolo, a Terra continuará existindo, sim!

Por milhões de anos, talvez por mais tempo do que os cientistas estimem no momento.

Mas é essa a boa notícia, é só isso, mesmo.

Porque nós – nós – estamos condenados.

Felipe Tavares Teixeira
Enviado por Felipe Tavares Teixeira em 13/11/2008
Reeditado em 13/11/2008
Código do texto: T1281997
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