LÁPIDE*

QUE ALÍVIO VER A FOTO DO CASAL...
ENTÃO EU NÃO ESTAVA ENGANADA.
NÃO. 
NÃO ERA EU UMA LOUCA DESVAIRADA
A CISMAR COM A PRÓPRIA SOMBRA.
ESTIVE SEMPRE DE OLHOS BEM ABERTOS
E OUVIDOS ATENTOS A TUDO.
SANIDADE DEMAIS PARA QUEM PARECIA
SAÍDA DE NUVENS E CASTELOS INFANTES.
E OS DOIS, INFAMES E TORPES,
BRINCANDO DE MENTIR SÓ PARA FERIR
AINDA MAIS O AMOR DESFIGURADO.
QUE ALÍVIO JOGAR FORA OS RESTOS QUE QUARDEI
PARA ENTREGAR QUANDO O ÓDIO FOSSE APLACADO.
NÃO HAVIA MAIS ÓDIO NEM RAZÃO
PARA DAR COMIDA ÀS TRAÇAS.
RESTOU APENAS A CERTEZA DE QUE ME MANTIVE ÍNTEGRA ATÉ O FIM SE CONSUMAR.
E ASSIM FOI FEITO. 
ENTERRO APÓS ENTERRO.
MISSA APÓS MISSA,
PORQUE A FOTO DO CASAL TEM CHEIRO DE MORTE.
E CONINUO VIVA PARA VÊ-LA, TALVEZ,
NUMA LÁPIDE QUALQUER
DA MEMÓRIA PERDIDA.

*Em 13/03/2008 - Homenagem póstuma a mais um amor morto!
Iza Calbo
Enviado por Iza Calbo em 11/11/2008
Reeditado em 11/11/2008
Código do texto: T1278426
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