O correr do tempo
Dentro do meu corpo habita uma discreta
discórdia,
revelações deram conta que resta pouco
para o fim,
sinto que quero
terminar o que comecei
encerrar a morta história
celebrar o grito incontido,
velas acesas
não tenho calma
verões desintegrados
novas janelas para o que sonho
um bando de cadáveres
irrompe na noite
são minhas memórias
cronos devorando seus filhos
consolo revisitado
nesta nova
amargura.
Dentro de mim habita uma cruel
discrepância
quisera eu destroçar os cromossomos malévolos
que fazem minha mente distorcer
a paz
e num confronto sangrento transformar a luz
em desorientação,
dentro de casa
olhando pela varanda
os dias que correm
sinistros dias
acabarão consigo mesmos
acabarão comigo, com todos?