Em meio ao torpor, refaço-me.
Olhos e bocamentirosos
corroeram minhaconfiança.
Dias e diassilenciosos
desarmaram-me a segurança.
A angústia da almaemtorvelinho,
servida emcálice de dor,
amarga as peias do caminho,
e a vida agita-se emtorpor.
Refaço-me da tua ausência.
É difícilsangrar das veias
o veneno da dependência
que me emaranha comoteias.
Mas uso a poucalucidez
que permite o arrebatamento
para aceitar a desnudez
e abrir-me ao reflorescimento.