Ladrão das Sombras

Tola acreditei

Acreditei no que dizias...

Ladrão das sombras,

Que estava a espreitar.

Vives de alegrias roubar,

Hoje entendo...

Te divertes semeando desilusões.

Colecionas corações,

E com o meu,

Resolvestes tua coleção coroar...

Afinal, que preciosidade sem fim

É um coração de poetiza...

Pra te eternizar...

Mesmo em linhas amargas,

Mesmo em versos pesarosos...

Eterno em verso,

Eterno em prosa...

Mas não te engana,

Com a aparência pesarosa,

Deste coração a palpitar...

Ele te eterniza, em versos tristes,

Cansado...

Mas bate, compassado,

Ansiando se libertar.

Ladrão das Sombras,

Acreditas que esse coração,

Na tua fria estante abandonado,

Será eternamente teu?

Estás redondamente enganado!

Mesmo tendo sido roubado,

Meu coração quer partir...

Quer voltar para mim,

Para bater em meu peito,

Para me despertar...

Nesse momento estou a vegetar,

Enquanto tu,

Ladrão das sombras,

Cruel feiticeiro,

Ficas no escuro a contemplar

A jóia máxima de tua coleção...

Meu singelo coração,

Que por ti bateu,

Que por ti tanto versejou,

Que a ti tanto amou...

Mas não te engana...

De tuas garras,

Na primeira chance,

Ele há de escapar.

O coração não é teu,

É meu!

Para mim quer voltar!!

Arrependido, cansado,

Ferido...

Acabrunhado por não me escutar...

Mas, mesmo assim,

Quer voltar...

Para bater em meu peito,

Mais uma vez...

Pode demorar um século,

Um ano ou um mês...

Mas na tua primeira distração...

Ele irá fugir...

E para mim há de retornar.

Zannah
Enviado por Zannah em 03/11/2008
Código do texto: T1264055
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