SEM ARREPENDIMENTO
Sabe aquela música?
- Não a escuto mais.
E àquele livro?
– Doei!
Até tentei novamente lê-lo,
Como tantas vezes fiz.
- Não consegui!
Não me arrependi.
Até por que nem o entendi direito!
Esperava que um dia você o lesse para mim
E me explicasse, com carinho e paciência,
Tudo que estava ali da filosofia e da ciência.
As nossas poesias...
As nossas mensagens...
As nossas fotografias...
- Deletei
E nem na lixeira deixei.
Seu perfume?
Derramei na primeira pia que encontrei,
Abrindo bem a torneira,
Deixei a água levar
Todo o seu cheiro de uma vez.
Até confesso que chorei...
Mas logo parei.
Lavei o rosto e me maquiei.
Depois de pronta, me olhei...
No espelho estava a sua cara,
E olhando bem dentro dos seus olhos,
Com vontade ainda de chorar,
Jurei nunca mais vou lhe amar.
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