SOLIDÃO AGUDA

As pedras do silêncio

espiam-me caladas.

Minha alma está dilacerada

mas consigo escutar a chamada

dentro da minha escuridão.

Minha cabeça é um cão perdido

no rumor das andanças,

na proa do destino.

Os polens perdidos

dentro do acontecido

não germinarão

nessa flor que murchou

e me deixou como natureza-morta,

que entorta o favo vermelho

do meu viver...