CAI NA REAL, NEM TE LIGO!

Fico atônito,

Perplexo mesmo

Ao constatar

Como não consegues

Ser-me indiferente...

É tragicômico!

Tudo o que faço

Para o bem ou mal

Atinge-te em cheio

Bem ao meio

Do solar plexo!

Poderia eu criar rimas

Ao que sei que te faltas...

A palavra a ser rimada

Já está grafada

Acima, cinco linhas

Intentona vã...

Circo de ironias!

Apenas por compaixão

Mandarei rezar

Uma missa sem nexo

Em tua devoção

Já que consideras

Que tudo que realizo

É em tua função

Ainda sou amigo...

Afinal da poeira viestes

Mas, em verdade,

Cai na real!

Nem te ligo!

Faz-me um favor:

Vê se te móis logo

Em teu pilão de dor

E como isso te divertes,

Busca o original pó

E ao pó te convertes...