O brado de guerra
Hoje dei-me conta de uma cruel realidade...
Não mais me provocas saudade,
Ignoro teus chamados,
Fazias pouco de meus poemas...
Fazias me sentir tão pequena...
Me partias ao meio,
Me fazias calar.
Destruistes aos poucos meu amar,
Transformaste meu bem querer em sofrimento...
Acho que é por isso que a esperança
Cedeu lugar ao lamento...
Pelo desprezo que apenas o silêncio sabe dar.
Isso não quer dizer que nunca mais eu vá amar...
Apenas este sonho se perdeu no firmamento.
Por hora, desejo apenas purgar
Essa dor que me arde no peito,
Que me tira o sono,
Que me rouba a fome
E me rói a alma.
Quem me olha de longe
Vê uma fortaleza,
Tão calma...
Mas por dentro,
Um clima de guerra está a se instalar.
É hora de novas muralhas erguer,
A armadura ajustar,
Armadilhas mil criar,
Alertar os sentinelas que estão na vigia...
E quando voltares,
Em alguma madrugada fria,
Não te surpreendes com o que vais encontrar.
Alma de guerreira
Se resume no fio da espada.
Em tempos de paz embainhada,
Mas que, na eminência de guerra,
Reluz no ar...
É o hora de tropas espalhar,
De erguer cerrada paliçada...
Não mais princesa encantada...
Agora sou rainha guerreira,
Pela mágoa transmutada!
Para alguém entrar novamente neste castelo,
Terá que merecer...
Que se fazer confiar.
Confiança é algo tão fácil de arrasar,
Quando somos deixamos no frio,
Na depressão, no vazio,
Sob o cruel vento...
Que o meu brado de guerra sufoque o lamento
Que tantas noites entoei
Por saudade...
Está pronta a defesa de minha cidade...
E dela, não irás passar!