Io chincue
I
Sensação esquisita esse tal de não sentir!
Averiguar os passos da via
Calculados sem métrica e estatística
Num puro arroubo de simetria
Fático, impróprio e de característica
Duvidosa.
Didático, performático, ilusionista
sabendo o que sabem
técnicos, na
dádiva corriqueira de persuadir uma
livre intenção seca de voar.
Chance perdida pelo medo de assumir
a incrível porta de adentrar
códigos estéticos de vidas perene,
farelos sinceros de vida deixada no tempo
pela falsa vitima que tenta agredir
a esquiva do caráter das rochas:
livradas do tempo, mas longe do destino
dos bustos, dos mesmos.
Sede enorme de esvair
O cara aqui de dentro
O cara do cativeiro
Controlado? Dominado? Esquecido?
Ou vai latindo, pulsando, sentindo
Queixando sozinho
O cara que aqui foi abandonado
Torpemente abandonado
Das escritas dos divinos
Das gravuras dos pintores
Dos amigos do cursinho
E la vai Deus seguindo em frente
Esbravejando:
“não ta morto quem peleja”
E se abaixa quietinho, escondido atrás da lareira
Como aquele velho menino que deixou na estrada,
no meio da viagem
Esquecido num peito amargo
De um pobre coração vendido.