NESSES TEMPOS DE DESESPERANÇA
O solitário que procura
No deserto da multidão
Alguém que lhe cure
Essa maldita solidão
Pode estar em vão
Fazendo sua procura
Pois a vida em solidão
É a realidade mais pura
Sentir-se sozinho
Entre tanta gente
É ver passar o vizinho
Com ar indiferente
É ver alguém caído
Em prantos numa calçada
E passar despercebido
Como se não houvesse nada
É como ver a dor alheia
E não se emocionar
É como se um corpo na areia
Tomasse banho de mar
É assim que a vida anda
Nesses tempos de indiferença
Em que o individualismo manda
E impera a descrença