Castanho

Castanho

Não tenho bagagem

Reserva ou passagem

Embarco desnudo

Mas levo de um tudo

Sentimentos de uma vida

Na beleza dessa cor

Atravesso a pupila

Viagem de amor

Encanto com a leveza do átrio na imensidão anterior

Passada a pupila alegro meu peito. Mais próximo estou.

Castanho

Menina delicada com olhos carentes

Tão frios... tão quentes

Pedindo consolo a um vil compositor

Que chora por dentro não ter tanto amor

Ou se tem, não dispor

Não poder consolar esses olhos tão vivos

De menina carente

Que chora e que sente

Será puro amor?

O castanho me envolve, rumo ao cristalino

Esse cristal do mais fino

Que passo a cada passo

A pensar em quem sou

Na fóvea central, vejo a artéria e a veia

Meu peito anseia

Será esse o canal?

Corro então, decidido

Atravesso o disco

Penetro em seu sangue

Lembro: os olhos castanhos!

O engano é tamanho

O duto escolhido

Que desilusão!

Levou-me ao cérebro

Não ao coração.

Krummel
Enviado por Krummel em 17/10/2008
Reeditado em 17/10/2008
Código do texto: T1233962