Três dias...
Bem sabia que se lhe pedisse me atenderia...
Obrigado, amigo sol por aquecer o meu dia...
Incrível o milagre que tens poder de realizar...
Com tua intocável luz me abraça e faz acreditar...
Tirei a venda das minhas vistas para admirá-lo,
Não chorei, seria pedir muito, mas sorri claro...
“Ah, rapaz... Você é um valente, vencedor de batalhas...”
Disseste-me ainda: “Já enfrentaste as piores navalhas...”
Sim, venci meu maior inimigo nesta vida...
Eu mesmo, poço de tristezas, um tolo suicida...
Renascer a cada dia tem sido o meu destino,
Muitos me querem sorrindo como um menino...
É certo que estou neste triste inverno do meu coração...
A primavera não tardará, flores, cores em explosão...
E sei também que se meu rosto se voltar ao passado
Vou sofrer a ausência desse amor condenado...
O melhor é sorrir, mas vou permanecer silente...
Palavras são algo que me faltam agora na mente...
Não entendo por mais que tente, essa loucura...
Não pequei contra, venerei, amei, agora a tortura...
Aceitar os desígnios de um poder maior que eu,
Perdoar por mim tudo o mais que aconteceu...
Ressentimento corrói o homem tal ferrugem...
Que o vento leve esse amor carregado numa nuvem...
E que ele se derrame em terra apropriada
Tornando fértil onde caia e faça uma apaixonada...
Eu só quero continuar amando com respeito,
Cumprir a promessa de fazer feliz como tenho feito...
O mal de ninguém faz parte das minhas intenções,
Ainda mais de quem não mereça senão lições...
O amanhã irá existir, eu, porém posso não estar
Entre aqueles que virão para nos ensinar...
Cura-me quem for capaz de fazê-lo por amor,
Venha a mim tal anjo e sara-me dessa dor...
Não posso crer estar sozinho neste mundo...
Alguém há que me olhe reto e não no profundo...
O Sol está agora noutra terra iluminando...
Eu cá continuo minha saga, procurando
O porto que me receba de braços estendidos,
Sigo em silêncio com meus passos fortalecidos...
25/07/2001