Sonho púbere
Com que direito invadiste o meu silêncio,
Quebrando assim o meu único cristal,
Feriste profundamente meu corpo,
Deixando exposta minh’alma.
O meu pequeno cristal fora lapidado num sonho púbere,
Num sonho que era só meu,
Um sonho de uma alma solitária,
Sonhei só...
Sonhei como um regato infindável,
Com suas águas límpidas.
Adormeci no frescor dos lírios.
Tiraste-me o sonho, calando assim o meu sorriso,
Das suas promessas ficou uma nuvem cinzenta,
Carregada de angústia e dor.