Aqui e acolá

Há Demasiado tempo que ando ao Deus dará

Pois busco o que demasiado pouco procuro

Aqui e acolá

Preto, branco

O bem, o mal

O equilíbrio está onde não esperamos

Porque mesmo difuso ele é fundamental

Mal me quer

Bem me quer pouco

Escondes-te por detrás de um espelho

Tendo-o que partir e de correr o risco de dar em louco

Quadro

Dum realismo impressionante

Enganas demasiado bem os teus críticos

Pois depois de analisada com olhos imparciais

O abstracto passa a ser a paisagem em ti dominante

E o mais engraçado

É ter sabido sempre a verdade

Ter assistido àquilo em que te transformas-te

Como se fosse uma tragédia

Sendo de tal ordem absurdo

Que na realidade não passavas duma comédia

Dum humor sem sentido

Absolutamente delirante

Pois tiveste o dom de alterar a história

Pois depois de ti

Nada ficou como dantes

Por isso estou-me nas tintas

Se algum dia ficares por cá

Não estarei onde me procurares

Estarei

Aqui e acolá

Poema protegido pelos Direitos do Autor