ESSE MOÇO
O hoje desliza
na vala,
enquanto o passado presente
receoso avisa,
que na beira do fosso
desequilibra esse moço
sem fala,
sem jeito, gira, agita no espaço
suas loucuras mais estranhas,
que geme incrustada nas entranhas,
uma mão qualquer derrama a trama
no doce frescor,
e esparrama
pedaços de um todo de dor.
Ah! esse moço...
Indolente, insolente, poeta...
Assiste na cochia da vida
a cena que parte, reparte, sofrida,
refina a sina, atrevida menina
que ensina
não se encena mais...
Segue o bloco da desilusão;
Assim fica esse moço
sentimento na vala
orgulho no fosso,
esse moço.... Ah! Moço ...
Sem fala
coração aquieta-se
emudece, cala.
E você
finge que não vê...
25/02/08
ANDRADE JORGE