LÍNGUA CHULA
Fiz um discurso de massa
Que grita sua desgraça
Expondo seu saco-cheio
Brigando contra seu meio
Aliando-se a outra banda
Rodando numa ciranda
Falando uma língua chula
De quem perdeu a matula
No palco da derrocada
Na terra do quase nada
No antro da vaidade
Que já foi boa cidade
Insistindo em seu engano
Faz cento e cinqüenta anos
Seu povo já não aguenta
Seu motor que não esquenta
Tem um destino esquisito
Qual trabalho de mosquito
Vasculhar latas de lixo`
É seu fado ou seu capricho
Não acerta o endereço
É assim seu mau começo
Cai sempre na lengalenga
Na dura sina de quenga